Sem assimilação, a independência é uma futilidade. E, sem independência não há criatividade!

 Opinião Pessoal 09:



Sem assimilação, a independência é uma futilidade. E, sem independência não há criatividade!

Paulino Intepoin

tepo1607@outlook.com

Os espiritualistas consideram a vida humana sob ponto de vista social em três fases: assimilação, independência e a criatividade. Essas fases são obrigatoriamente exigidas, devem ser obedecidas para a formação de um bom cidadão do mundo. Entende-se que, cumprindo na íntegra essas etapas, principalmente a primeira, a assimilação, o indivíduo torna-se um ser esclarecido, maduro ou mesmo iluminado.

Na falta de cumprimento na íntegra da assimilação, a independência trará amarguras e consequências subsequentes. Assim como, será um ser rodeado apenas de limitações. Não estará pronto para viver no mundo, livremente. O corpo poderá estar livre sim, mas com a mentalidade retardada e abalada por qualquer força exterior. 

Se for dado de bandeja, credenciado ou acreditado por imposição e não alcançar ou adquirir, se não atingir e completar a assimilação, nem sentirá a simulação à sua volta. A vida torna-se algo sem sentido e logo, não chega ao estágio da verdadeira independência muito menos da *criatividade*. Não conhecerás a verdade, o divino distância-se!? Talvez e é bem provável.

E nós "negros" por pigmentos, por querer chegar tão longe, querer ser melhores que os outros da nossa espécie, saltamos a *assimilação*, como? copiando os exames na escola para passar de classe, usando influência, corrompendo docentes, oficializando actos fraudulentos no sistema nacional do ensino, para chegar ao mais alto nível sem ter assimilado o aprendizado. Pois o importante na formação não é passar, mas sim, assimilar as matérias, que depois nos dão a visão (criatividade).

Os diplomas não são nada mais, senão papéis, símbolos de autorização para criarmos qualquer coisa ou formular raciocínios ao nosso critério. Mas se não tivermos conhecimento do que o papel ostenta, não vale nada numa sociedade consciente dos seus interesses. É possível que cidadãos nessa condição façam uma era de licenciados, doutores etc, graduados mas analfabetos. Várias são as revelações que as redes sociais, janelas dos nossos dias mostram repetidas vezes, mas não nos demos conta da gravidade disso e limitamo-nos a gargalhadas e segue a vida.

Então se queríamos fazer algo melhor para hoje ou amanhã, aprimoramos sem rodeio o que aprendemos, assumamos o que nos dizem sermos ou, o'que foi dito que sois credenciados a exercer e assumir responsabilidades… assume responsabilidade quem assimila o conhecimento necessário. 

Ter conhecimento consolidado numa área ou simples acto de busca pelo domínio de qualquer coisa, a curiosidade do saber, de conhecer, de se informar, a sede que se sente pela atenção de querer entender, interpretar os fenómenos etc, liberta o homem num sentido positivo.

Um ser informado é livre de qualquer sistema à sua volta. Ser informado é a beleza do ser e de viver no mundo. É independente. Tem pernas para andar, porque assimilou as matérias inerentes à vida. Sabe ler o mapa da prosperidade. A qualidade do seu ser pode se confundir com a iluminação demonizada pelas teorias da conspiração ou sentir-se um ser canonicamente escolhido. Não um escroto do cenário que lhe rodeia.

Olha que ser independente sem assimilação é perigoso tanto para o sistema, quanto para o indivíduo. Torna-se um confuso, vilão desnecessário, uma peça disposta a ser manipulada e usada para fins dos que já assimilaram os conteúdos, nutrientes da vida, desejam. A assimilação confunde-se com elixir, a chave para explorar e viver plenamente no mundo.

Não devíamos ter retirado o termo "assimilado" depois da luta de libertação nacional. Pois, isso dava-nos uma visão, e, foi essa visão que deu força, despertou a coragem nos nossos heróis, estávamos a ser escravizados. Pese embora que esse sacrifício deles pagamos com juros que ameaçam a pouco esperança que sobra sobre o sonho de consolidar a soberania. E o mais engraçado também, não sendo por isso, é que depois dos primeiros assimilados terem despertado, fomos atrapalhados logo de seguida que somos independentes.

Meus irmãos, não se dá por independente quem não tem ossos e músculos para coordenar seus movimentos e pôr-se em pé, sozinho. Assimilação são pernas para andar, a independência são asas para voar e a criatividade é a ferramenta para tomar as decisões certas ou a direcção correcta por onde ir. A Independência é o fruto de ter cumprido a dose da assimilação. 

A criatividade é usufruir da liberdade, da independência. E onde reside a felicidade, a alegria de ser a semelhança da imagem do Criador. Fora disso, não há mais conversa. Independência sem conhecimento pelo que se é independente é um escândalo, um absurdo, um engano, uma ilusão.

Aliás, hoje e agora, não depois, nunca é tarde para nos alinharmos. Escola, trabalho, vida social ou família e reforma, é tudo uma questão de perspectivas. Por exemplo, crescimento (maturidade) para alguns é ter juízo que os interesses pessoais não devem estar acima dos interesses nacionais. O contrário disso, é 99% do nosso país. Larvas voam, onde é que já se viu? A larva precisa de nutrientes para crescer e ganhar forma, logo de seguida locomover-se.

É pertinente deixar, naturalmente, que as nossas mentes assimilem o que é necessário nutrir no dia-a-dia, primeiro em casa. A primeira escola da vida é o que se dá em casa. A formação em casa molda o indivíduo. A rua é cruel para dar ensinamentos, ela só serve para ensaios e prática real do que se aprende em casa. 

A rua é o local da apresentação, testes e avaliações. Não é por acaso que ela é perigosa. Mas a casa também pode ser um covil se não houver disciplina, disponibilidade educativa, atenção para informações sobre como encarar a vida.

A escola (estabelecimento de ensino) é secundária, no processo da formação do homem de sucesso para qualquer futuro. Convém nutrir e se deixar mergulhar na ciência, na essência do saber das coisas que nos rodeiam, o porquê para melhor explorarmos a nossa liberdade, a nossa independência. Ser assimilado não é pejorativo como os livros de história reverteram a verdade. Aliás, eles são interpretados pelos que nos deram de bandeja a independência sem assimilarmos como gerir ela de forma independente e segura.

Estão a nos fazer de marionetas porque não temos o poder, o conhecimento das coisas necessárias para ser independentes. Assimilação é um estado de ser, sem atingir esses estágios, a independência é uma ilusão ou armadilha para ser preso a vida inteira. Aliás, a independência sem assimilação é uma bomba prestes a detonar e não uma flor prestes a espalhar sua fragrância.

Não se pode chegar à criatividade, a evolução requerida sem assimilar os estágios primordiais. Aprender nunca foi um atraso ou sofrimento. Mas estar nos níveis altos sem ter passado ou dominado a matéria da base, é um retrocesso que custou ao país uma factura paga pelas dívidas seculares, que emergiram todo mal nacional que cultivou a corrupção como um modo de vida.

A titularidade de sermos independentes é um grande engano, é uma fraude na lógica evolutiva. Um embalo para nos confrontarmos e sermos roubados à luz do dia. Devemos assimilar urgentemente o conhecimento para proteger, gerir e desenvolver o nosso distrito, a nossa província, a nossa região, o nosso país e a nossa identidade.

A assimilação nesse sentido de que falo não é imitar o que os influenciadores digitais fazem, nem seguir a moda, a onda que pegou ou o que está batendo, o que está acontecendo. A assimilação a que me refiro é de carácter espiritual e científico, baseada na busca e domínio de saber fazer e não a legitimidade certificada vazia e barata no mercado da educação formal.

Que Deus abençoe moçambicanos da cor negra, também!

Abraços


Tete, Março de 2022


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