Poderá não ser diferente, mas vamos esperar para ver!

Poderá não ser diferente, mas vamos esperar para ver!?

Por Paulino Intepo

Saudações, espero que a Google não me acuse de influenciar comportamentos ou outro tipo de penalizações o qual me acusa de violar os termos e condições sempre que apresento algum argumento que remete aos moçambicanos à reflexão necessárias. Pois as notificações de violação de regras, é de todo, desmotivador e… prontos!

À partir deste mês de Agosto de 2022, até aos finais de 2022, África terá 05 países envolvidos na eleição dos futuros dirigentes dos seus respectivos países, nomeadamente: Quénia – 09 de Agosto, Angola – 24 de Agosto, Chade em Setembro, Lesotho em Outubro e Mali em Novembro.

Dos 05, retirando Angola, os quatro só foi por mera actualização, ao que nos interessa é dos nossos primos “mangoles”, que já adianto as razões, são a nossa “fonte de inspiração” nas manifestações artísticas, se não na cultural geral e na política, mas na arte onde estou mais próximo tenho a certeza e é uma realidade “negável” por vergonha de assumir que realmente somos os seus macacos pim-pim. Eis que aí mora o problema do moçambicano, negar a verdade e assumir a ilusão.

As eleições em Angola, ou, os resultados do sufrágio angolano neste ano em caso aconteça não será só do interesse dos moçambicanos, como também do mundo inteiro. Estamos atentos de como as coisas por lá estão acontecendo e curiosos em saber como irão terminar.

Por enquanto Moçambique está numa situação em que o partido no poder, o partido o qual faço parte como cidadão moçambicano e civil, apresenta algum perfil em que pela minha condição de vida, até ao nível onde me situo, não é do meu agrado pessoal. Gostaria e acho que devia fazer mais em prol do desenvolvimento do país e há medidas de intervenção social que devia tomar, bem como algumas reformas derradeiras devem ser feitas urgentemente e mudar com vista a servir mais a população que um cunhado de heróis e príncipes.

Por um lado, sinto o desespero das massas que ao invés de se transformar em resilientes, são vítimas directas às medidas adotadas de ajustar-se a situação imposta, na esperança de que virão dias melhores enquanto a situação se deteriora diante dos olhos de todos, excepto dos que têm privilégios da disfunção da justiça nacional e da cultura de corrupção generalizada.

A falta de uma oposição que fosse alternativa é desgastante. Os actuais movimentos de oposição no país parecem a versão do regime actual, como os que querem também ter a faca e o bolo para fazer das suas sacrificando os moçambicanos e servindo os colonos que voltam em forma de doadores, corporações, colaboradores e cooperantes.

Chega-se a concluir que não há oposição à altura, assim como parece não haver generais à altura para conduzir as FDS moçambicanas nos dias de hoje. Se não se vê por toda parte executivos bajuladores e corruptos com inteligência intelectual baixa, então pode-se deparar com antipatriotas disfarçados de visionários, que mal falam do partido no poder ao serviço das corporatocracias.

Precisamos de práticas de boa governação, uma governação dirigida ao povo, abrangente, afectiva e inclusiva e não de outro governo ou alternância na governação. Mas também não temos alternativas.

Desde o desaparecimento físico do Dlhakama, a desintegração da Renamo foi paulatina e o surgimento dos novos movimentos, a reorganização, os truques de coligação, etc, não bastam para dar a esperança de existência duma alternativa. Partidos e movimentos são criados na base do sofrimento da população moçambicana mas com interesses pessoais e individuais dos que formam esses movimentos: isenções fiscais ou outros benefícios ocultos.

Poucos movimentos têm fundamentos ou aspirações para resolução dos problemas. Por outro, temos medo de enfrentar outra guerra ou luta armada e guerra civil, termos novos heróis, que se calhar vão cobrar mais sangue, mais sofrimento infernal pela paz alcançada, como fazem os actuais heróis da luta de libertação nacional. Dói ser moçambicano comum esses dias.

Então, vimos os movimentos, as manifestações, as greves e as declarações angolanas. Estamos a par dos acontecimentos angolanos, desde aos bairros até à presidência angolana mais do que se passa cá em Moçambique. Olhamos nos angolanos como os falantes da língua portuguesa mais evoluídos, mais emancipados e mais abertos que nós deste lado da África.

Atribuo a isso o facto de mundialmente ser conhecida a Angola pelos diamantes e petróleo, ou mesmo pelo facto de ser próximo de Portugal, nosso patrono intelectual. O que for acontecer nos próximos dias em Angola, será uma janela, a luz da solução dos nossos problemas ou mesmo a fonte de inspiração.

Se vencer o MPLA, o desespero pode aumentar e o desgosto vai azedar ainda mais, deste lado do Índico, e, alguma tranquilidade do executivo. Se vencer a UNITA, sinto que haverá algum ânimo duma falsa esperança que há alguma alternativa na última hora para Moçambique. Os estrategas sabem como os países vizinhos influenciam nessas histórias de governação.

Gostaria de ser optimista e ter um posicionamento favorável às elites da oposição, em relação à situação da Angola, mas infelizmente, prefiro esperar para ver e rezar que não aconteça o pior de que imagino. Pois há muitas congregações religiosas que arrastam massas que músicos e influenciadores da net. Podem tomar o coração dos africanos na África Austral, para não se envolverem mais em problemas do tipo guerra civil ou conflitos militares.

O meu espírito moçambicano de se ajustar à situação, acho que pode suportar manipulações, mentiras, ilusões e outros truques políticos que nos infernam à favor de algum grupo. Mas lutar mas lutar uma guerra contra irmãos negros, não. Vamos continuar se ajustando como o sapo fez, ao menos, não perdeu a vida, mas sim, perdeu a beleza em relação aos nossos olhos. A transformação pode demorar para chegar, mas pode ser repentina. Os resultados do sufrágio de Angola em 2022, vão ditar o destino de Moçambique.

Seria do meu senso medíocre, opinar a pelar para a Frelimo mobilizar-se, ir apoiar a sua congénere ou fica cada um por si e na sua vez, talvez desta vez o povo ganhe o poder ideal! Ou poderá não ser diferente e vamos esperar para ver! E se ajustar ao que vier!

Comentários

  1. Uma opinião significante e uma analise profunda pra nossos paises particularmente Moçambique.

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