Esta, Todos moçambicanos deviam ler
Anónimo
Áudio Mp3 do acabarás de ler. Aqui.
Chegamos a mais um fim de ciclo, o ano 2022 terminou e temos tanto para reflectir e perspectivar o 2023. Entre tantos assuntos, fiquei sem assunto que fosse específico para servir de cavalo de batalha para uma reflexão da conjuntura em que estamos mergulhados e a vivenciar.
Por isso mesmo, resolvi redigir uma carta ao S.Exa o PR, por conta do seu informe à nação, afinal, ele falou com cada um de nós, porém, percebi que nenhum de nós se dirigiu a ele de forma completa e sensata, tendo em conta a totalidade do contexto que se acta ao evento. Esqueçam os figurativos da AR, eles estão ali para fazer o que eles são: figurar apenas. Não devemos perder tempo, no momento, por eles.
AO S.EXA PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE,
Paz.
Retorci-me em meu próprio interior, sobre os meus mais profundos neurónios, em busca de assunto para Vos escrever algo que pudesse fazer o mais simples sentido no amálgama de sentimentos e realidades que estou experimentando, porém, não o achei. Por esse motivo, esta missiva Vos remeto sem assunto, pese embora o mesmo ser escarlatado de toda a gama de assuntos que vos despertarão o senso de estado de inércia, desamparo, morbidez, desnorteio e desumanização em que vivemos.
Excelência, quando vos saúdo com a PAZ, estou apenas remetendo-vos a recordar ao que nos prometeu há cerca de oito anos, quando repetidas vezes afirmastes:
"...na minha cabeça só cabe a paz".
Hoje ficamos claros sobre o que essa alegoria queria dizer. Sim, percebemos que o S.Exa tem pouco espaço de manobra intelectual e para atender a vários assuntos ao mesmo tempo. Fomos enganados pelo momento! Não reflectimos com profundidade nas consequências disso e hoje estamos a colher os frutos da nossa ignorância e distracção.
Só caber a paz na vossa cabeça nos levou a ficar sem paz! Sem paz financeira; sem paz soberana; sem paz de identidade; sem paz da liberdade; sem paz laboral; sem paz institucional, enfim, nada se estabilizou. É que, sempre que o S.Exa resolvia atender um assunto que fosse diferente do da paz, por consequência da exígua capacidade de armazenamento neural, apagava-o e introduzia o outro, e assim sucessivamente com cada acção subsequente. Isso, Sr Presidente, foi o pior que podíamos vivenciar em pleno século XXI. Poderia até ter usado memória externa, neste caso, os seus conselheiros. Mas não julgo que teria resolvido a questão, como se verifica no palco das suas acções. É que de facto, os seus conselheiros são fantoches e marionetas na vossa presença. Eles dizem o que o sr já de antemão lhes pressionou a dizerem. Não funciona e nem funcionará. S.Exa deve entender que existe uma grande diferença entre operar e funcionar. O seu governo está a operar, mas não funciona.
E francamente, o S.Exa Presidente da República de Moçambique não mostrou e não mostra ter vontade de ser aconselhado. Mas, oh S.Exa, por favor, não tome isto literalmente; quando usei (e passarei a usar doravante) o termo S.Exa fí-lo e fá-lo-ei em respeito e consideração à Constituição da República e das Instituições constituídas e consagradas legal e legitimamente pelo legislador e assumidas pela sociedade. Sim, porque o sr. não é um homem honrado com a respeitabilidade devida a uma figura que se preze excelência. Sim, mais uma vez o direi: nem o Sr, nem os colaboradores seus a quem nós dolorosamente os chamamos "Meritíssimo (pois, são sem mérito), Digno ou Digníssimo (não achamos dignidade), Venerando" e por aí em diante, são homens honráveis e dignos. Vós sois a antítese dos títulos dos cargos que ocupam.
O sr, inescrupulosamente, recordou ao povo moçambicano que não é soberano da sua própria terra e nem livre da opressão esclavagista e tatuou nas suas almas as marcas indeléveis do desamparo e chicoteou a sua intelectualidade ao espezinhar os valores da independência. E o sr. sentiu prazer na dor dos moçambicanos quando esboçou aquele sorriso mórbido e horrível enquanto os seus colegionários gargalhavam e aplaudiam a uma atitude desumana e anti-social da sua parte. O sr. teve a audácia de ir contra tudo o que é socialmente sagrado diante de uma plateia de energúmenos que pensam que, por se auto intitularem servidores do povo, terão a nossa aceitação, mas não a terão! Qual casa so povo qual quê? Deputados? O sr. devia ter sido o primeiro a sentir-se envergonhado, mas não, sentiu alegria e prazer.
Riram-se do povo do qual dizem servir! E o sr. anuiu! O sr. simplesmente tornou inútil todo o legado de Mondlane e toda a luta de Samora. Não tenho cabedal para lhe fazer frente em questões políticas, Excelência, não! Mas, mais uma vez Excelência, não estou atendendo a questão política na sua etimologia terminológica, porque disso entendo e vivo diariamente. Mas seria silenciado por vossa capacidade e sagacidade em mentir e enganar ao povo; em desvio da produção e ridicularização da produtividade. Sim, nisso não tenho cabedal para lhe fazer frente.
Politicamente falando, Excelência, o caos da última governação é assustador! E quando digo a última, deve considerar que houveram duas governações: a antes e a após independência; a colonial e a local. Nisto não me delongarei! Seja sensato e assuma que entendeu!
Riram-se do povo! E o sr nada fez! Um bando de deputados sem identidade e sem noção das suas atitudes e responsabilidades. O sr., como o protector máximo da nação, devia ter-se distanciado daquela atitude. O sr é o presidente da República, oh homem.
Me recordo aquando da passagem do ciclone IDAE e o sr fez uma digressão pelas terras do Chiveve que haviam sido devastadas e as populações desalojadas e colocadas na penúria. O Edil da Beira estava de mangas arregaçadas e com a mão no trabalho, dia e noite. E lá estava o sr, e tudo que conseguiu fazer de destaque foi ir abotoar a camisa do Edil em público, como que dizendo que o finado Daviz Simango, não estava o respeitando. Ele estava a labutar e o sr a passear: faz todo o sentido, afinal era para sair bem na fotografia internacional. Mas hoje, o mesmo Chiveve mostra garras de responsabilidade ao contrariar o posicionamento do sr, de forma categórica, ao dizer claramente que ouviu o seu pronunciamento na AR, MAS ele decidiu que daria o Décimo-terceiro salário aos seus colaboradores. Aquela atitude sim, é de um sr que se deva chamar S.Exa.
Não se trata de rivalidade política o que lhe apresento aqui, sr PR, mas, de atitude social ajustada de quem jurou servir ao povo. Por favor, Excelência, aprenda com estes gestos, pois, ainda lhe resta algum tempo sobre aquela cadeira! Aprenda também com o jovem Edil de Chimoio que também assume o papel de interveniente social e não político apenas (aquela política da qual não lhe sou pálio). Não é pequenez muito menos inferioridade, é humildade saber imitar as boas práticas.
Não seja, Excelência, casmurro como o Edil de Maputo. Aquele homem precisa de condução. Recorde-se que se trata da capital do País e devia ser tarefa do sr corrigir as mais flagrantes aberrações cometidas por aquele homem. Ele está sem travões e só está a acabar com a já moribunda cidade de Maputo. Poderia até redigir uma carta endereçada somente ele, mas, não perderei o meu tempo com um homem com um QI gigantesco. Sim, o seu Quociente de Ignorância aos demais é enorme.
Como pode o sr, como presidente da República, deixar que o povo seja massacrado nas mãos de um tirano ra***ta? Tudo só funciona com o tal do BM (WB, em inglês). Programas que morrem com ele mesmo, não deviam ser considerados de responsabilidade institucional. Faltam quadros locais?
Escorraça homens e mulheres que estão a lutar para colocar pão nas suas mesas e diz que está a arrumar a cidade? A cidade não são as ruas, as avenidas e os edifícios apenas, mas, e acima de tudo, a vida social nela impregnada. Cada cidadão contribui sobejamente com os seus impostos para o funcionamento da máquina municipal e da própria cidade. Cada empréstimo dado ao Conselho Municipal (nada é de graça), será cobrado no bolso do pacato cidadão, o mesmo que não tem opções.
Esta questão dos impostos e serviços vai para si também, oh S.Exa! O sr não criou nenhum centavo para o aparelho do Estado funcionar, tudo depende dos nossos impostos. Se estivéssemos num estado autocrático, ditatorial e burguesista (descrevi algo familiar?), tudo bem! Mas, pobre de nós, porque na realidade esse é o vosso governo e sistema governativo. Democracia? Volto já! O que sr fez para nos apresentar como realização? O sr não é o centro desta nação; o sr é e deve agir como servidor público de alto nível. Não nos maltrate com discursos vazios e incongruentes, seja honesto e admita que não fez patavina.
Em fim, o Edil de Maputo é de tamanha vergonha que igual só o sr, S.Exa. o PR, porque o estatuto e a pompa vos iludem. Trocam os vossos elencos como se de roupa se tratasse. O pior é que, numa altura em que se propala a falta de capacidade financeira para responder às necessidades internas, o Município realiza operações descabidas.
Desde as patetices da do transporte público aéreo na cidade, o famoso "Futrans"; as pinturas no pavimento para o estacionamento cobrável, mesmo com o sistema de sinalização rodoviário deficiente; até chegarmos às declarações loucas sobre os carros de segunda mão, os quais chamou de lixo.
Como pôde o sr PR permitir que o Edil insultasse o povo? As reformas de que ele se beneficia das Instituições públicas são fruto do suor doloroso do povo que luta para comprar o tal "lixo". Louco! Isto é de uma imbecilidade estratosférica. A cidade de que ele é Edil está rota até aos calcanhares: estradas nos buracos; passeios no lixo; edifícios rasgados; esgotos vomitando tudo do seu estômago para as vias públicas; cheiro nauseabundo por todo o canto; acácias e jacarandás caquécticas de tanto ácido "xixírico". E vem falar de lixo às viaturas de segunda? S.Exa poderia me dizer como são adquiridos os aviões da nossa companhia aérea; dos comboios dos CFM; das embarcações da EMATUM (Ops!!), e para não falar dos machimbombos que servem o grande Município? Tudo "zerinho", não é?!
Este Edil devia ir se aposentar logo no início do ano, e esquecer que alguma vez esteve nos destinos desta cidade.
Que governação é esta, onde duas Vereações inteiras são extintas no início do mês para fundi-las numa só (isto na recta final de um mandato só pode ser sinónimo de sabotagem), para depois, vinte dias transcorridos, nomear novo vereador para uma das áreas extintas sem nenhuma explicação? O fascismo e o nazismo são um ponto negro e hediondo na história da humanidade, deixe-os lá onde estão. Me parece que este Edil sofre do grave transtorno da esquizofrenia.
Excelência, qual o seu papel afinal de contas? Não teria sido melhor deixar que os seus ministros fizessem declarações destas para que o sr fosse a retaguarda das suas burrices? Mas não! Até os fontanários o sr vai inaugurar - o sr faz tudo!
Qual paz qual quê! Lá está a nossa província de Cabo Delgado em banho de sangue. Tem alguma estratégia? Tudo sobre o joelho! E hoje o Décimo-terceiro salário nos é tirado porque o sr não consegue resolver o único assunto que cabe na sua cabeça? O que se passa Excelência?
O sr já viu como andam os nossos centros de saúde? Como estão as nossas escolas? Qual o seu plano para mitigar as situações grotescas das discrepâncias das realidades entre o que possuímos e que produzimos?
O sr tem a coragem de ameaçar profissionais da saúde e professores por conta das reivindicações dos seus direitos e julga isso aceitável? Se o sr não é atendido nos hospitais públicos não mate a nós que usamos. Não é sua esposa, a sra primeira-dama, que vê seus nados morrerem por falta de cuidados básicos; nem os seus filhos que lhes falta medicamentos básicos. Tenha dó! Tenha vergonha! Tenha vergonha e mais vergonha, porque depois do que o seu filhinho nos mostrou, vir falar de incapacidade de pagar o que nos é de direito é vergonhoso.
A Tabela Salarial Única – TSU, é a mais vergonhosa acção do ano 2022. Sem estrutura, sem definição, sem consenso, sem verba. Uns recebem no sistema TSU outros não, porém, todos são do aparelho do Estado. Os Municípios ficaram à deriva e o sr nada disse. Os funcionários dos Municípios não estão enquadrados na tal Tabela, porque não são elegíveis, mas são elegíveis para não receber o Décimo-terceiro salário. O sr devia pensar bem antes de falar.
Por esta razão, não encontro lugar para considerar ao sr um homem de responsabilidade e Excelências! Em fim, como não tenho assunto para veicular o meu opúsculo, pararei por aqui. Outra coisa, já me ia esquecendo: o país não é a Frelimo e não o pertence. Sei também que quem não concordar com o mesmo é assumir represálias terríveis. Mas a revolução começa aqui e agora.
E se algum lambe bota fizer chegar este opúsculo aos seus ouvidos, certo fica que um clube de fofoqueiros está a capitanear a ofuscada e descascada pérola do Índico. Sim, porque a máquina pública está minada de lambe botas que não sabem diferenciar a legalidade da falcatrua. Confundem a célula do partido com os Gabinetes das Instituições públicas e quem não se filia é reaccionário. Lambe botas que não têm identidade ideológica; sofrem dolorosamente, mas seguem a merda como moscas famintas.
Estou tatuado das cicatrizes dos males dos dezasseis anos; vi de tudo e perdi muito. Vi dolorosamente a morte sugar sangue jovem, lutando sem causa a causa dos ambiciosos. Não milito cores; milito ideais e ideologias. Nada pode abalar um homem martirizado por fora, porém, ressuscitado por dentro. Não serei mendigo dos bens que me pertencem. Não me resignarei ante falácias vazias . Vós sabeis disso. Não nos intimidem.
Governe em PAZ.
Saudações de um revolucionário.
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#reencaminhada muitas vezes pelo whatsapp.
Nota do Autor do Blogue:
Não me simpatizei de modo nenhum com a mensagem do texto. Por simples razão de ter
sido publicada em anonimato. Porem, concordo com quem diz:
Meu povo é destruído por falta de conhecimento.
Que também não sei quem disse, mas deve ser bíblico...comente e partilhe sua opinião, bem como pode também ler e partilhar:
Feliz 2023
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