Desigualdades Regionais e a Marginalização Política da Juventude em Moçambique

Desigualdades regionais e participação cívica em Moçambique.

Lil Wayne de Nampula em show, no comício da Frelimo para apresentação do candidato às presidenciais de 2024. Daniel Francisco Chapo


É mais moderado negar que que Moçambique é só no Sul. Razão pela qual no Sul moçambicanos VIVEM e no Norte, se não no Centro também, pessoas SOBREVIVEM. Aliás, quer dizer, no Sul as pessoas são abertas e espertas, e, no Norte são fechadas e atrasadas mentalmente. Pedimos desculpas por trazer de forma escrita as conversas das mangueiras (para se consolar do sofrimento) e dos chapas (para não sentir os buracos e extorsão das autoridades). 

Mas afirmar assim, é a razão suficiente para ser "ouvido" ou responder às entidades de justiça ao serviço do governo e não do Estado ou estar em contas com as autoridades da Lei e Ordem, se não ser acusado de separatista, intriguista, descontente, etc, toda negatividade pejorativa existente na face da terra, será atribuída a quem afirmar ou escorregar falar sobre isso diante dos radicais, medrosos e alienados.

Aponta-se linguagens como descriminação ou tribalismo, regionalismo, e entre outros nesse sentido. Mas que é um facto, é, todos sabemos que há essa interpretação. A título de exemplo é a questão do engajamento da juventude na política e no activismo social e reação ou repúdio do que se vive hoje em dia. Com o advento da tecnologia, a Internet permitiria que conhecessemos as caras de mais jovens e adultos proeminentes da intervenção social no centro e norte sem apenas falar dos Clementes, Guirenganes e por aí em diante.
Activista e Jonrnalista Guirengane & Clemente, respectivamente. 

Aliás, o jovem Pachoneia tem sido o mais notório e qual é outro? Mencione nos comentários, até mesmo os líderes das ligas e organizações da juventude são somente visíveis os naturais ou residentes no Maputo. O processo de selecção ou eleições ao nível das formações políticas, acreditamos que seja transparente e democrático. Porém o protagonismo dos candidatos, individualmente, há limitações e raridades.

Activista Social Jota Pachoneia. 

Em contrapartida, os jovens vindo além de Maputo, têm sido bons funcionários, companheiros e até bons comandantes, se não, dos mais valentes e diversas frentes, mas individuais e não de causa colectiva como às de intervenção e de vida política. Será que pesa mesmo o teor "nihiatico", traidores? Mas é explendido o seu empenhamento. Que dera se fosse em causas que nos referimos nessa abordagem!

As limitações não são em termos de recursos e meios necessários para actuar, se mostrar como defensor de alguma causa social, política ou de qualquer área da comunidade, região ou nacional em índole colectivo e comum. Limitações em termos de background e knowledge para actuar como activista, como cidadão activo, como quem defende a alguma causa colectiva ou apenas a vontade da maioria, vontade popular dos interesses da sua comunidade, cidade, distrito, província ou região. 

Há justificações avançadas como sendo: as outras províncias têm extensões, distâncias muito grandes, que só com mais de 500 meticais podes fazer ida e volta a um destino, para se inteirar de algum caso; medo de represálias das autoridades; isolamento e conotação pela negativa nas instituições e vedação de oportunidades; falta de quem lhe defenda ou por não ser parte da família, alguém importante à nível provincial, regional ou nacional. Pois, dos que tem famílias e encarregados de alto nível impresarial ou governamental os hobbys não passam em: serem manda-chuvas e reis de show-off ou drogados, marginais entre traficantes e vozes sonantes da prostituição e alcoolismo.

Mas se envolver em causas que dignificam seus parentes e representam a maioria, a vontade popular, isso no Centro e Norte particularmente, e raro encontrar jovens dessa dimensão de consciência. Quanto menos, pode-se sim destacar estrelas de música, desportos e o título de morrões, inteligentes de sala de aulas, quando estão nas universidades em diversas faculdades. Será que é por serem pobres ou vindos do campo? Mas contributo relevante na política local, regional ou nacional, nada... Talvez estejamos mesmo equivocados e precipitados nessa análise, então apresentem! 

Nessa altura do ano, a caminho das 7ªs eleições, ainda com vários problemas comuns ao nível nacional, só vimos mobilizações e iniciativas de manifestações contra o custo de vida no Maputo. E por ventura, a última inerente ao aumento das tarifas das chamadas, SMS e dados, por verem que os de Maputo são mais abertos, o CMCM anunciou um projecto, que já existia, mas será mais aprimorado ao nível da Cidade de Maputo, a projecção das Praças Digitais: Internet grátis para a juventude no Maputo. Até parece que a intenção é evitar que os jovens do Maputo despertem atenções aos outros jovens do Centro e Norte de Moçambique sobre os problemas comuns, provocado pela ganância de alguns(minoria proprietária de acções nas Operações de Telefonias móvel, em detrimento de facilitar aos moçambicanos a inclusão digital.

Baixar as tarifas das comunidades ou mesmo dar de borla à Internet, que seria uma das medidas para reduzir as assimetrias no campo da educação e quiçá no desenvolvimento em outras áreas de negócio ou actividades, não. Mas sim, só se pode satisfazer as necessidades no Maputo, onde há jovens activos e inteligentes.

Por acaso há casos de rebeldia, insurgencia meio que moderada nas cidades de Nacala, Nampula e Beira; sendo que são locais particularizados habitualmente por colectividades não identificadas e soreiteramente esporádicas, que não chegam a alargar as suas reivindicações às outras comunidades. Por falta de líderes. Não há quem queira responder e é tudo de forma arcaica sem alguém que mostre ter domínio das ferramentas jurídicas. Que é um dos maiores impasses do exercício da cidadania e responsabilidade cívica. 

O resto das províncias, partindo de Gaza para o Rovuma, se quiserem estudar melhor, adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades, terão que juntar moedas e rumar onde as coisas acontecem e se faz acontecer. Enquanto isso, jovuntude com potencial de mudar o rumo da situação das suas comunidades são submissas ao regime intimidatório em troca da rótula de bom comportamento, educado, calmo e promissor. Todavia inútil para dirigir revolução e mudanças significativas na sociedade moçambicana.

Por isso, uns dizem, Moçambique é só Maputo. Aliás, se descobrirem que autor deste texto é do Centro ou Norte a rótula será: é desmotivado. Mas se for do Maputo, independentemente de que pântano, dir-se-a que é "cabeça", inteligente, destemido, corajoso, intelectual, etc. Por isso, vamos à Maputo que é onde as coisas acontecem. O resto é para produzir para fazer Maputo andar e orientar quais são as reais necessidades, pelo que, a opinião local nos resto das províncias não conta.

Enquanto isso, esperamos mais um jovem atrás do Lil Wayne de Nampula, para animar os melhores e maiores dirigentes desse país, nos comícios e campanhas onde se mostra o galmor do vermelho, o quão os chefes mudaram de pele, após a eleição ou nomeação, e não as reais intenções, manifestos e balanços concretos da vontade popular.

Portanto, queríamos apenas lembrar como é que ainda o Sul de Moçambique é mais desenvolvido, enquanto Centro e Norte são negligenciados, com pouca visibilidade e participação política.

Evaristo Pereira dos Santos
eva301023@gmail.com
Lil Wayne de Moz, no comícios da Frelimo em Nampula face a apresentação do candidato às presidenciais de 2024, Daniel Francisco Chapo.

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Viva Moçambique!

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