Bons actos, mas do lado errado?

Fiquem atentos, seus distraídos. 

Nem todos que dançam juntos é porque se amam! 

Estamos no ano 2023, segundo o calendário gregoriano a data recai para 22 de Agosto. Numa altura em que os médicos e a classe toda de profissionais de saúde, decidem repudiar vientemente às más condições de trabalho e a falta de reconhecimento, igual ou mais que outras áreas e sectores de actividade. Seja por merecimento ou capricho apenas e ainda que com discórdia entre eles. Mas se unem na esperança de vencer.

Nessa disputa morrem os mais pobres, os alvos e vítimas únicas sempre que qualquer um decide se vingar tanto do governo, quanto o governo para contra qualquer coisa. Quem fica em maus lençóis é a população pobre, que não pode viver sem as promessas vazias de realizações concretas, que sem muitas manobras quer apenas paz e tranquilidade, ainda que seja sem nenhum herói.

Medem-se as forças dentro do governo cada entidade contra outra e fora deste, ouvimos relatos e vivemos pancadarias em forma de demonstrar o quão somos intolerantes, pacíficos e como dói ou custa ser e estar na posição de oposição. São momentos adversos onde o meu falecido pai, assim como tantos outros vivos, não contavam viver cenários idênticos a estes: autarquias administradas por outras correntes de opinião e pensamentos diferentes. 

Cresci ouvindo que a Renamo era do mal e a Frelimo é que era do bem. Lendo citações e frases de Samora espalhadas nas escolas, ruas, avenidas e alguns empreendimentos até edifícios públicos e privados como qualquer país faz e ostenta seus valores, mas nunca de outras entidades linhagem política diferente. Aliás, raramente até que não se lembre onde e em que circunstâncias estão parafraseadas, se não em alguns vídeos que a mídia conserva, caso concreto as entrevistas do Afonso Marceta e entre outros. 

Mas prontos, enquanto a vida segue em Moçambique, há quem diga que são momentos modernos e genuínos da nossa moçambicanidade e com o nosso mau jeito e ridículo de fazer política ou simplesmente viver a democracia. A convivência entre nós moçambicanos não é pacífica, ainda que os movimentos e actividades culturais promovidos ciclicamente ocultem esse facto. 

Por outro lado, o que sempre esperei é quis da Frelimo foram boas práticas e boa governação. Infelizmente, alguns membros não podem conter os ânimos e o ódio inútil e injustificado, até que exactamente a cidade da Beira "surpreendeu, pôs Deviz no poder". Depois seguiram as outras cidades e como o esperado com receio, bons candidatos ficaram por terra por razões simples, mas disfarçadas de complexas. 

Pois é, mesmo independentes não somos livres para expressar ideias, opiniões e pensamentos antes da intimação ou processos nos órgãos competentes e com poder de repressão à qualquer um que represente o descontentamento e sofrimento do povo, contra a arrogância e prepotência dos que dizem defender e servir os interesses dos eleitores, enquanto degradam toda esperança do desenvolvimento nacional, sob alegada exigência de moderação na linguagem.

Hoje vivemos momentos inimagináveis ao mesmo tempo aparentemente conturbados. Assembleias autárquicas lideradas por partidos que antes rotulados como do mal, movimentos minoritários emergem para representar outras nuances e vicissitudes, o nosso país vai mais uma vez abrir alguma brecha na história da democracia, um parágrafo para o Manuel de Araújo e Pio Matos, aos profissionais de saúde e os professores, além de que há alguma desvalorização dos feitos do João Ferreira no Chimoio e outros bons exemplos dentro da Frelimo, que ao longo da sua jornada preferiram renunciar seus cargos que se submeter à situações que a sua consciência repudiava por serem bons de mais.

A menção vai para o Araújo de Quelimane e Matos da Zambézia (2023), num tom de homenagem no momento em que as potências imperialistas tradicionais sentem "um frio na barriga" com a realização da XV Cópula dos BRICS em Johannesburg, na vizinha África do Sul, Moçambique celebra rastilhos de convivência pacífica promovidos pela Renamo, entre movimentos e partidos políticos na véspera das eleições autárquicas. 

Isso é de louvar ao ver acontecer e devemos registar se não capitalizar, replicar e fazer disso um modelo de convivência. Não os argumentos belicistas que só provocam intrigas e ira. Infelizmente, vindo do lado errado. Mas quem sabe qual é o lado certo da história? Os mortos, apenas os mortos! 

Não são momentos bíblicos. É a era das tendências

Caíram e cairão por terra grandes homens, mas, diferente dos covardes e bajuladores, os corajosos de pensamentos livre ou moderados e diferentes do rebanho, triúnfarão sobre a intimidação e o medo ou zelo inútil e repugnante. Seus feitos serão logrado como heróis, estrume e alicerces, se não azas ou orações na edificação do palco onde realizações de maior dimensão terão lugar. 

Questões nunca antes imagináveis, as futuras gerações poderão viver os frutos da diversidade política que já parece incontornável. Fiquemos por aqui, mas muita coisa boa e admirável subtilmente, ainda esta por vir, mesmo que seja contra a vontade do lobo mau vestido de ovelha ao ritimo dos batuques que afugentam o medo na nova geração, depois da ingestão de podridão de décadas como descendente da tirania secular.

Questões pendentes

Quanto a lareira mítica do Guebuza, nada tenho a comentar, pois o autor da publicação é um grande poeta e visionário. Enquanto o fogo arde, transforma algo que seja útil para os homens e as duas cadeiras ao fundo são brancas. Provavelmente a lareira está aquecer a paz em Moçambique e a forjar o conforto. 

Só rezo que o PM Adriano Maleiane resolva o problema que ele começou com as folhas salariais e perpetuaram a TSU que gera desconfortos.

Saudações! 

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